Espetáculo O Medo Que Ela Sentia Enquanto Você Não Vinha (ou Por Que Você Nunca Veio?), do Núcleo de Pesquisa Teatral da Casa Eliseu Voronkoff.
Ao final da apresentação atores e atrizes realização suas autodescrições.
O auditório do Museu Tingüi-Cuera é uma sala ampla que fica na parte superior de edifício. Possui piso de madeira, janelas e portas verdes, paredes brancas. A encenação acontecerá em uma espécie de corredor, criado com cadeiras de plástico, preta, que abrigarão a plateia. Trata-se de um espetáculo de Teatro Contemporâneo, criado para espaços alternativos.
Os atores e atrizes usam roupas pretas e brancas, estilo vintage, lenços vermelhos e tênis tipo All Star.
CENA I
Os atores e atrizes entram, iluminados os rostos com as luzes dos celulares, e se colocam formando um retângulo no centro da sala.
CENA II
Atores e atrizes ligam as lanternas dos celulares e se deslocam até as janelas. Retornam tranquilamente ao centro onde formam duas filas em frente, porém de costas para a plateia. Sentam e apenas dois atores permanecem em pé. Falam como se bisbilhotassem a vida de alguém nas redes sociais, mexendo nos celulares. São iluminados pelas lanternas dos celulares dos atores e atrizes sentados em filas.
CENA III
Atrizes se dirigem ao centro da cena, formando um círculo. Giram filmando o próprio rosto, que aparece nas telas dos celulares.
CENA IV
Dois atores falam de fora da cena, em lados opostos. Enquanto o restante do elenco se coloca novamente formando um retângulo. Apenas uma atriz permanece no centro.
CENA V
A atriz que está no centro segue girando lentamente e filmando o próprio rosto. Em seguida se desloca, complementando o retângulo que começa a se movimentar. Os atores e atrizes usam as lanternas dos celulares para iluminarem o espaço aleatoriamente.
CENA VI
Uma atriz se posiciona em lado oposto ao restante do grupo de atores e atrizes. Ela ilumina o rosto com o celular que está com a tela branca, os demais iluminam os rostos com os celulares que emitem da tela uma luz vermelha.
CENA VII
Duas atrizes se deslocam pelo centro da sala indo de um lado para o outro.
Cena VIII
Um ator senta-se iluminando, com a lanterna do celular, as costas de um outro ator que, como se manipulasse um boneco, manipula uma das atrizes. Os demais sentam-se no limite do corredor, em frente a plateia, porém de costas para ela, três de cada lado, iluminam a ação com as lanternas de seus celulares. A atriz segue sendo manipulada até chegar ao lodo oposto da sala. Quando tem as mãos soltas pelo manipulador, derruba o tronco para frente. Ele passa a ser iluminado diretamente pelo restante do elenco. Vai abrindo os braços formando uma sombra, que lembra asas, projetadas na parede.
CENA IX
Os atores e atrizes fazem um círculo. Um de cada vez vai ao centro do círculo sendo filmado pelos demais.
CENA X
Uma atriz se coloca a olhar a tela do celular como se bisbilhotasse a vida de alguém nas redes sociais. Os demais atores e atrizes se posicionam atrás dela, como se quisessem ver também. Quando toca a música, a atriz segue olhando para a frente. Os outros começam a girar lentamente, mostrando nos celulares, a foto do rapaz de quem falavam anteriormente.
CENA XI
Todo o elenco segue normalmente até o outro lado da sala.
CENA XII
Três atrizes retornam ao outro lado da sala e se dirigem para a porta. Duas delas conversam.
CENA XIII
Do outro lado, uma atriz fala ao celular como se mandasse um áudio. Todos os outros atores e atrizes apontam as lanternas de seus celulares para ela.
CENA XIV
Uma das atrizes se desloca para o meio da sala com a lanterna do celular apontada do topo da cabeça para baixo. O restante do elenco vai lentamente formando um círculo pequeno em volta dela. O círculo gira para um lado, atriz para outro.
CENA XV
A atriz senta no chão, os demais se direcionam para a outra porta que existe na sala.
CENA XVI
Todos desistem da porta em que estavam e lentamente, organizadamente, se direcionam para porta que está do lado contrário.
CENA XVII
Três atores retornam, iluminando os próprios rostos, com as lanternas dos celulares, até o meio da sala, onde caem de joelho.
CENA XVIII
As atrizes se colocam em volta dos atores. Todos deixam seus celulares com as lanternas ligadas espalhados pelo chão. Os atores que estavam ajoelhados caem, como se morressem.
CENA XIX
Lentamente todos se direcionam à porta. Abrem a porta e sacodem seus lenços vermelhos como se um vento muito forte viesse do lado de fora. Todos saem.
CENA XX
Um ator levanta da plateia, coloca uma capa de chuva, e lê um texto.
CENA XXI
Todo o elenco retorna pela outra porta, com capas de chuva, recolhem lentamente seus celulares do chão. O outro ator retorna a seu lugar na plateia. Começam a se mover lentamente formando uma diagonal. Iluminam os próprios rostos com as cores da logomarca do Ifood vindo da tela dos celulares. Com o braço oposto ao que seguram os celulares, sobem lentamente seus lenços vermelhos, que são soltos ao chão ao final do texto. Dançam uma espécie de tango se movendo de um lado para o outro da sala.
CENA XXII
Posicionam-se novamente em duas filas, dessa vez em pé e de frente para a plateia.
CENA XXIII
As atrizes se jogam ao chão, de bruços, iluminam a plateia movendo as lanternas dos celulares de um lado para o outro. Os atores, incluindo o que estava na plateia, caminham passando por sobre a as atrizes, como se procurassem algo, tentando iluminar toda a sala, em várias direções.
CENA XXIV
Os atores ficam em pé em um dos lados da sala. As atrizes começam a levantar lentamente. Caminham em direção aos atores.
CENA XXV
Uma das atrizes traz maçãs que são colocadas com alguma violência nas bocas dos atores. Eles são jogados de joelhos ao chão e as atrizes os seguram pelos cabelos. Uma delas tira selfies usando o celular com flash. Em determinado momento todos se levantam. Ficam um ao lado do outro. Formam uma fila e saem.
FIM
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