Era uma das camisetas que ela mais usava, a vestia com frequência, e já há mais de dois anos eu só via ela através da tela do computador. A pandemia nos tirou o convívio rotineiro, como o fez com muita gente, mas o calor da amizade nunca arrefeceu.
A Jacque foi a primeira pessoa a ler meu segundo livro, o Duas Viagens, quando eu, extremamente inseguro, perguntei pra ela se tinha valor literário e se valia a pena publicar. Ela em nenhum momento disse qualquer coisa que não fosse para manifestar o máximo de apoio possível, e se não fosse por ela eu nunca teria publicado. Ela foi a maior incentivadora da leitura e da literatura que conheci, e também uma das pessoas mais queridas que tive o prazer de encontrar nessa vida.
Mês que vem vou publicar meu terceiro livro, já tem até data pro lançamento. E, como sempre, ela foi uma das maiores incentivadoras, me ajudou com os orçamentos e contatos com as gráficas, usou seu cadastro na Câmara Nacional do Livro pra gerar meu ISBN, entre outras coisas. A Jacque estava animada com o lançamento, e em uma de nossas últimas conversas me disse que já havia escrito uma resenha sobre ele, e que esperaria para publicar no lançamento. Penso agora que nunca vou ler essa resenha.
O que podemos fazer agora? Continuar seu legado. É a melhor homenagem possível. O Café com Prosa será mais difícil sem a sua animação e excelente curadoria na escolha dos livros. Meu próximo livro será mais difícil de publicar sem seu auxílio e incentivo. Em outubro acontece o mês literário na Casa Eliseu Voronkoff, e sei que vai ser mais difícil sem ela. Mas uma coisa eu tenho certeza: cada página que eu ler daqui até o fim da minha vida terá um pouquinho da Jacque.
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