Quase todo mundo que gosta de cinema gosta também de fazer uma lista de seus filmes favoritos, de comentar sobre os lançamentos, os clássicos e aqueles filmes que não podem faltar, e de fazer indicações aos amigos e amigas.
Algumas semanas atrás, uma amiga pediu que eu fizesse para ela uma listinha de 10 filmes que ela precisa assistir antes de morrer. Naturalmente, essa é uma lista de gosto bastante pessoal. Todo mundo vai (e deve) discordar de pelo menos algum filme dela, senão de todos eles. Se ela tivesse pedido essas indicações para 10 pessoas diferentes, pode ser que saísse com 100 filmes diferentes.
Há milhares de listas e rankings disponíveis por aí, nos mais diversos gostos e métodos de classificação. Em livros, sites, publicações, redes sociais, e também nas conversas de mesas de bar.
Para quem, por exemplo, deseja uma lista mais profissional, pode recorrer ao livro 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, organizado e editado por Steven Schneider, com a colaboração de dezenas de críticos de cinema do mundo todo. O livro foi publicado originalmente em 2003, e é atualizado todo ano.
Para quem quer uma classificação de gosto popular, pode recorrer ao IMDb, um dos maiores sites sobre cinema do mundo, no qual todos podem dar nota de 1 a 10 para qualquer filme (e também série, episódio, videogame, etc.), formando uma lista dos 250 filmes mais bem votados.
Para essa publicação, não vou postar os 10 filmes que a minha amiga precisa assistir antes de morrer, até porque não consegui fazer uma lista de apenas 10, mas sim de 16, com a autorização dela de ampliar um pouco a quantidade de vagas. Mas para que não se torne uma postagem muito longa, jogo aqui os cinco primeiros, sem qualquer ordem específica de prioridade, e no próximo post, ainda essa semana, os próximos onze.
Documentário brasileiro de 1999, é um filme que conta a história do século XX por meio de suas mortes, praticamente não tem cenas gravadas, ele é todo feito com montagens de imagens de arquivo, quase todo o orçamento do filme foi pra pagar direitos autorais.
É absolutamente sensacional, muito lindo e muito triste, uma forma bem diferente de ver a história, mostrando o lado de pessoas desconhecidas, uma parte das pessoas são fictícias, mas a ideia é mostrar como a história não é feita só por gente famosa que marcou, mas também pela galera que morreu por eles e ninguém nem sabe.
Coloco primeiro porque é o filme que mais gosto de indicar, todo mundo deveria ver, muda bastante a forma de perceber o mundo.
“A morte é leve como uma pluma. A responsabilidade de viver é mais pesada que uma montanha”.
Um dos maiores clássicos do cinema, visualmente sem comparação até hoje. Provavelmente um dos filmes que mais influenciou a cultura pop, com suas cenas e frases famosas e personagens sendo referenciadas há 80 anos por todo mundo, você vai reconhecer muita coisa que já viu por aí.
Tem a história famosa sobre a sincronia com o álbum Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Pra quem nunca assistiu o filme, um exercício legal de fazer é ver essa versão sincronizada (tem no youtube) antes de ver o filme normal, embora eu ache melhor assistir o filme primeiro e depois essa versão. É bom lembrar que os caras da banda nunca confirmaram que essa versão é proposital.
É meu filme favorito de todos os tempos, uma história muito viajada e aleatória, de um doidão que tudo dá errado na vida dele por causa de um tapete, e porque ele tem o mesmo nome de um ricaço. Envolve boliche, drogas, produtora de filmes pornô, niilistas e muito mais. Bom de ver em galera.
- Fargo
Uma história sem comparação, os Irmãos Coen (que também são os diretores de O Grande Lebowski) são meus diretores favoritos, e Fargo é o filme que catapultou eles. É um dos roteiros que eu mais curto na história. É um filme sobre como algo extremamente simples pode virar uma bola de neve gigante, e envolver todo mundo numa treta enorme. O filme começa simples e parece que vai ser uma comédia, mas do meio para frente tudo sai do controle.
Um filme que é preciso assistir duas vezes. Aliás, acho que todo mundo deveria assistir todo dia no café da manhã antes de sair de casa. É o filme mais doente e mais sadio dessa lista, ao mesmo tempo. Fala sobre a sociedade de consumo moderna, e como a gente é carregado pelo capitalismo e pela necessidade de ter coisas e dominar pessoas.
“Você não é especial, você não é um belo e único floquinho de neve. Você é a mesma matéria orgânica em decomposição que todo o resto”. Meio que dá um desânimo da vida.
Logo mais, mais filmes. E peço também que o leitor compartilhe conosco a sua própria lista!
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