Gosto da palavra acolhimento. Gosto de ler livros. Quando leio livros me sinto acolhida, abraçada, acalentada pelas palavras. Narrativas leves me enchem de esperança. As mais duras, mais tensas, me dão força. Mas acho que a leitura é isso… um tormento de emoções que se mostram, muitas vezes escondidas dentro de nós. Esquecidas e engolidas com o passar o tempo e quando confrontadas com as palavras, nos obrigam a refletir. Por isso os livros e a leitura nos transformam.
Mas toda leitura transforma?
Eu não posso ler só por distração, como entretenimento?
Eu sempre tenho que refletir e aprender com minhas leituras?
A resposta é: - não sei.
É difícil saber como uma história confronta cada ser humano. Acho que depende muito do momento da leitura, da maneira como estamos vivendo, das emoções e vivências que carregamos. Mas ao mesmo tempo acredito que nenhuma leitura passa por nós sem deixar marcas, porque mesmo a diversão, o riso, o prazer e o deleite nos fazem bem, nos afetam, nos distraem, nos afastam, ou nos aproximam da realidade.
Por isso acho que o livro é acolhimento. Por isso temos ali um companheiro. Por isso eu insisto e continuo batendo na mesma tecla de que a leitura é uma das principais armas que temos contra a opressão, contra o preconceito, contra agruras e mazelas que a vida nos impõe a cada dia. Se você pensa na leitura dessa forma, se você acredita que livros são objetos de poder, se você defende o conhecimento ou o entretenimento, espalhe a leitura. Doe livros, conheça a biblioteca de sua cidade, frequente eventos literários, converse sobre livros e espalhe o vírus da leitura. E como dizia José Mindlin “O vírus do amor ao livro é incurável, e eu procuro inocular esse vírus no maior número possível de pessoas.”
Este texto é de responsabilidade do autor/da autora.
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