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Re-saca?


Na alta madrugada o bar foi fechar. Esclarecido a todos clientes que ali não é morada. O poeta faz pouco caso da cara amarrada e das cadeiras levantadas a tempos. Mexeu-se quando o pote de rolmops e a conversa esvaziou. Tropicou para dentro do taxi, como quem se joga numa cama de rei. Balbuciou algo irreconhecivel, com a lingua enrolada. Reclamou da dor de dente: - a cárie, a cárie, ah! Isso de querer dizer exatamente o que se sente, o levou além do Pilarzinho, além do Rio Barigui. A viagem foi longa e inconscientemente chegou onde nenhum homem jamais fez este caminho reverso. Em bares, steinhaeger tindiquera me caregue

Todo retorcido jazia num chão ingreme. Já era dia quando um colono apeado de sua carroça, acorda-o, chacoalhando-o forte até o último fio do bigode. - Ei, moço! Se arume! Barbaridade! Todo largado de bariga pra baxo. Com a boca amarga, cambaleante, ele tenta dominar das pernas ás palavras. O ambiente esfumaçado, apesar de parecer, não é um sonho. No etéreo não há poças de lama, nem caminhões fenemês buzinando por uma estrada inóspita. - O caro alaranjado abriu a porta e te empuraram na baranca. Saiu numa carera. Peões mal ajambrados a procura de emprego que por ali passavam, mantêm-no de pé. Afinal o homem poderia ser engenheiro. Nunca se sabe. Sotaques nordestinos se riem dele - Ai que dores e que saudades de um bebedeira dessas. O desafio da lógica era um descampado cinzento, onde uma grande massa de trabalhadores determinados erguiam gigantes de ferro faraônicos. Seus blocos de pedra tem aço e parafusos. Seus totens funebres cospem petróleo. Horrível é a sombra onde a geada pousa no barro. No outro lado da pista o pandemônio eram crianças festejando a nuvem de serragem da fábrica de papel caindo como tempestade de areia por cima dos casebres. - Que moleques descerebrados! Loco! paca! Onde eu fui parar? - Rocária – responde o polônes. O nobre bebum agitado com o lugar desconhecido, caça cigarros em todos os bolsos. Aceita palheiro. Senta-se numa touceira de mato para achar um sentido literal na rosa dos ventos. - Putzgrila! Prá que lado fica, Curitiba? Apontam o horizonte, onde o sol eternamente se esconde acima de todo tipo de neblina.

- Não adianta reinar. É impossivel cortar a pé. Suba ai, que te levo. Só nón posso me demorar. O ex-retirante benze-se e pede proteção à luz dos pinhais. Ajeita-se entre cestos de verdura e peças de queijo. Range a carroça Solavanco Ressaca! Ao sol avanço - Você nem imagina o que aconteceu com meu tio Dario lá pros lados de Curitiba. Depelaram. Erraram o caminho, o fio da meada. - Sem numero são os problemas da capital. Prefiro aroça. O poeta quieto. Dor de cabeça, agulhada na tempora, a cada “R”comido de fianco. Quanto está para dar errado, o mau humor ainda acerta. Odiar é coisa que demora. E dura o quanto esta vida te devora. Não fosse o quase, quem sabe veriamos alguma Araucária escrito com crase.


*Foto da página "Araucaria uma cidade uma saudade", do Facebook, que também me serviu de inspiração.




Este texto é de responsabilidade do autor/da autora.



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